Comissão Multidisciplinar vai se reunir periodicamente para investigação e discussão de casos de Sífilis


Membros da Vigilância Epidemiológica, Saúde da Mulher, Ambulatório Municipal de Orientação e Atendimento às Doenças Sexualmente Transmissíveis (AMOA), Serviço Social, Atenção Básica e Gestão fazem parte da Comissão Multidisciplinar Interna para monitoramento de casos de Sífilis na gestação instituída pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).

As atividades da Comissão foram iniciadas neste mês e terão reuniões periódicas que visam a investigação e discussão dos casos de sífilis congênita ocorridos em 2018, além de identificação de falhas e planejamento de ações e estratégias para o controle da doença. A comissão também, posteriormente, vai monitorar os casos de sífilis adquirida em mulheres em idade fértil, para devido tratamento.

A Vigilância da Sífilis tem como objetivos identificar os casos para subsidiar as ações de prevenção e controle; monitorar o perfil epidemiológico e suas tendências; monitorar a sífilis de acordo com o seu estadiamento e desencadear a investigação das fontes de infecção e transmissão comuns; monitorar especialmente os casos de sífilis adquirida em mulheres em idade fértil, intensificando-as no pré-natal; e monitorar os casos em gestantes para evitar a sífilis congênita.

A Vigilância da Sífilis em gestante tem como objetivo conhecer o estado sorológico nessa população, para início oportuno da terapêutica materna. Além disso, visa acompanhar, continuamente, o comportamento da infecção, para o planejamento e a avaliação das medidas de prevenção e controle, bem como para interromper a cadeia de transmissão da mãe para o filho.

A infecção de mulheres em idade reprodutiva é uma das principais preocupações no controle da disseminação da sífilis, já que pode acarretar a ocorrência de casos da doença por meio da transmissão vertical (sífilis congênita - quando transmitida da gestante para o bebê ainda no útero).

Sífilis - O que é

É uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável e exclusiva do ser humano, causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária). Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior.

A Sífilis é chamada de adquirida quando é transmitida pelo contato sexual, sem preservativo, com as lesões de pele e membranas mucosas infectantes presentes nas fases primária e secundária da doença. É congênita (ou vertical) quando transmitida da gestante para o bebê ainda no útero.

A transmissão da Sífilis pode ser sexual, vertical ou sanguínea. A doença é curável e exclusiva do ser humano, se não tratada, pode comprometer os sistemas nervoso e cardiovascular.

A suscetibilidade à doença é universal e os anticorpos produzidos em infecções anteriores não são protetores, ou seja, o indivíduo pode adquirir sífilis sempre que ele for exposto ao Treponema pallidum.

 

Formas de transmissão

A Sífilis pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada, ou para a criança durante a gestação ou parto.

Sinais e sintomas

Sífilis primária

  • Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 a 90 dias após o contágio. Essa lesão é rica em bactérias.
  • Normalmente não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha.

Sífilis secundária

  • Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial.
  • Pode ocorrer manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Essas lesões são ricas em bactérias.
  • Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça, ínguas pelo corpo.

Sífilis latente – fase assintomática

  • Não aparecem sinais ou sintomas.
  • É dividida em Sífilis latente recente (menos de dois anos de infecção) e sífilis latente tardia (mais de dois anos de infecção).
  • A duração é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.

Sífilis terciária

  • Pode surgir de dois a 40 anos depois do início da infecção.
  • Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.

Diagnóstico

O teste rápido (TR) de Sífilis está disponível nos serviços de saúde do SUS, sendo prático e de fácil execução, com leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial.

Nos casos de TR positivos (reagentes), uma amostra de sangue deverá ser coletada e encaminhada para realização de um teste laboratorial (não treponêmico) para confirmação do diagnóstico.

Em caso de gestante, devido ao risco de transmissão ao feto, o tratamento deve ser iniciado com apenas um teste positivo (reagente), sem precisar aguardar o resultado do segundo teste.

Tratamento

O tratamento de escolha é a penicilina benzatina.

Prevenção

O uso correto e regular da camisinha feminina ou masculina é uma medida importante de prevenção da sífilis. O acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal de qualidade contribui para o controle da sífilis congênita.

 

Sífilis congênita

É uma doença transmitida para criança durante a gestação (transmissão vertical). Por isso, é importante fazer o teste para detectar a sífilis durante o pré-natal e, quando o resultado for positivo (reagente), tratar corretamente a mulher e sua parceria sexual, para evitar a transmissão.

Sinais e sintomas

Pode se manifestar logo após o nascimento, durante ou após os primeiros dois anos de vida da criança.  São complicações da doença: aborto espontâneo, parto prematuro, má-formação do feto, surdez, cegueira, deficiência mental e/ou morte ao nascer.

Diagnóstico

Deve-se avaliar a história clínico-epidemiológica da mãe, o exame físico da criança e os resultados dos testes, incluindo os exames radiológicos e laboratoriais.

Tratamento

Quando a sífilis é detectada na gestante, o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível, com a penicilina benzatina.  Este é o único medicamento capaz de prevenir a transmissão vertical. A parceria sexual também deverá ser testada e tratada para evitar a reinfecção da gestante. São critérios de tratamento adequado à gestante:

  • Administração de penicilina benzatina
  • Início do tratamento até 30 dias antes do parto
  • Esquema terapêutico de acordo com o estágio clínico da sífilis
  • Respeito ao intervalo recomendado das doses

Cuidados com a criança exposta à sífilis

O principal cuidado à criança é a realização de um pré-natal de qualidade e o estabelecimento do tratamento adequado da gestante.

Todas as crianças expostas à sífilis de mães que não foram tratadas, ou receberam tratamento não adequado, são submetidas a diversas intervenções que incluem: coleta de amostras de sangue, avaliação neurológica (incluindo punção lombar), raio-X de osso longos, avaliação oftalmológica e audiológica. Muitas vezes há necessidade de internação hospitalar prolongada. 

A suscetibilidade à doença é universal

 

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