Representantes da Associação da Pessoa com Deficiência (Atitude) e do Núcleo de Apoio e Desenvolvimento ao Paradesporto (Nadepar), utilizaram, na segunda-feira (18), o espaço da Tribuna Livre na Câmara Municipal para falar sobre o Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrada no dia 21 de março. Esse ano o tema da Campanha é ““Chega de Rótulos, abaixo o Capacitismo”.

Os representantes que participaram foram Allan Lopes Pereira, deficiente visual, presidente da Atitude, atleta Nadepar e acadêmico de Direito e a professora Silvana Dias, técnica do Nadepar e membro da Atitude, ambos são pais de Felipe, de 6 anos, com síndrome de down.

Allan aproveitou a oportunidade apresentar a associação, discursar sobre as atividades e objetivos da entidade, agradeceu o apoio da gestão municipal e da câmara aos projetos e necessidades da associação, salientou que preza e valoriza os diálogos pacíficos e que acredita ser o melhor caminho para todos os envolvidos.

Silvana fez a leitura do documento encaminhado pela Federação Paranaense de Associações de Síndrome de Down.

DOCUMENTO DA ATITUDE/NADEPAR À FEDERAÇÃO PARANAENSE DE ASSOCIAÇÕES DE SÍNDROME DE DOWN

No texto traz a mensagem que a Associação tem atuado junto às pessoas com deficiência e suas famílias e nesta data se soma às milhões de vozes em todo o planeta para anunciar que, se ainda precisa de um dia para dar destaque à síndrome de Down, é porque nossa sociedade não é um lugar para todos.

“Somos uma civilização que exclui e segrega aqueles que fogem de um padrão socialmente estabelecido e impossível de ser alcançado, uma vez que a maior característica da humanidade é justamente sua diversidade”.

Aproveitamos este dia para dizer que o princípio “Participação e inclusão plena e efetiva na sociedade”, da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, precisa deixar de ser apenas letra para se transformar em prática e vida.

Requer uma mudança de paradigma, um novo olhar sobre a deficiência e a sociedade, que abarque o poder público, autoridades, educadores, profissionais de saúde, legisladores, organizações da sociedade civil, empresas dentre outros.

Este ano a Down Syndrome International escolheu o tema “Chega de Rótulos, abaixo o Capacitismo”.

O capacitismo é o termo usado para o preconceito em relação às pessoas com deficiência e esse preconceito vem da ideia de tudo aquilo que uma pessoa com deficiência não pode fazer.

Acontece que elas podem e devem fazer tudo que quiserem se tiverem oportunidades.

Quanto aos rótulos, não raro ouvimos as pessoas dizerem:

  • que um anjo nasceu, quando é uma criança com síndrome de Down,
  • que nossas famílias são guerreiras;
  • que são tão amorosos e sem maldade;
  • que são eternas crianças;
  • que não podem trabalhar, estudar, casar, etc.
  • que são especiais.

“Estamos aqui para dizer que Não São anjos, guerreiros, especiais ou qualquer outro rótulo que quiserem lhes dar.  São Pessoas, Sujeitos com Direitos que apenas tem uma condição genética diferenciada”.

Podem e devem tudo, quando são dadas as condições e oportunidades.

Quando as pessoas com deficiência têm garantidos o direito ao ensino regular, a educação, à saúde, à participação social em igualdade de condições, os rótulos caem.

No Brasil e no mundo vemos hoje pessoas com síndrome de Down prósperas e ocupando espaços importantes nas artes, na cultura, nas universidades, nas empresas, numa clara demonstração de que a inclusão e participação contribuem para o pleno desenvolvimento de uma pessoa, ainda que esta, traga como característica da deficiência, um atraso intelectual.

 Todavia, não raro esses exemplos são de pessoas de classe média ou acima, que, na ausência do Estado, financiam e proporcionam acesso aos seus familiares com a síndrome de
Down

Isso nos mostra que, todos são capazes, quando tem oportunidades, mas revela também que a população vulnerabilizada tem sido duplamente excluída, quando se trata de ações públicas para pessoa com deficiência.

Queremos dizer que sonhamos com uma sociedade em que, uma pessoa com deficiência, quando se forma no ensino superior ou ocupa um lugar de destaque na sociedade, nos esportes, no trabalho, namora ou se casa, não seja mais motivo para manchetes de jornais,

Isso só é possível na medida que as oportunidades sejam as mesmas para todas as pessoas e que seus direitos sejam assegurados.

Para que esses exemplos sejam comuns, precisamos fomentar políticas públicas inclusivas, precisamos de sociedade onde a pessoa com deficiência não seja invisível, e que assim ela  nem precisem do espaço na mídia para comprovar que existe e é parte ativa desta sociedade

Queremos lembrar que estamos na Casa do Povo, e que é aqui que os anseios do povo são expostos por meio dos representantes eleitos democraticamente.

Que esperamos que as senhoras e senhores, com o mandato popular nas mãos contribuam para legislar em prol dessa sociedade inclusiva.

Vivemos em um tempo em que a segregação precisa perder sua hegemonia e que a participação em todas as esferas da sociedade seja o prenúncio dos novos ventos que sopram no solo paranaense.

O Paraná, segundo dados do INEP é o pior estado em inclusão do Brasil, assim como os indicadores de trabalho e renda para pessoas com deficiência.

É preciso mudar a rota e contamos com todos vocês para isso. Preconceito a gente combate com informação.

Por isso convidamos a todos a conhecerem nossa entidade, nossas rotinas e propostas.

Venham conhecer nossos associados, as pessoas com deficiência e suas famílias.

Venham conhecer a realidade que enfrentamos, todos os dias.

Só assim fortalecemos a luta contra o preconceito. Nada sobre nós, sem nós.

Chega de Rótulos, abaixo o Capacitismo!

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