O tabagismo é reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma doença crônica, epidêmica, sendo a maior causa isolada evitável de adoecimento e morte precoce em todo o mundo.

Está inserida dentro do grupo dos transtornos mentais e de comportamento decorrentes do uso de substâncias psicoativas na Décima Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10).

No mundo por ano, mais de 5 milhões de mortes são resultantes do tabagismo; no Brasil, 200 mil mortes por ano. Além dos prejudiciais efeitos à próprios saúde, os fumantes podem atingir também as pessoas que não são tabagistas, os denominados fumantes passivos, pois por permanecerem em ambientes junto ao fumante, acabam por inalar a fumaça.

O fumo é importante fator de risco isolado para cerca de 50 doenças, muitas delas graves, e qualquer tipo de exposição ao tabaco pode contribuir para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, cânceres e doenças respiratórias crônicas. Entre as doenças causadas pelo tabagismo estão a trombose, aterosclerose, doença arterial coronariana, IAM, o acidente vascular encefálico, DPOC, enfisema pulmonar, câncer de pulmão e outras.

Os jovens são mais vulneráveis a modismos e novidades como o narguilé e o cigarro eletrônico, porém tais hábitos escondem riscos extras e ainda são porta de entrada para o vício em cigarro comum. A maior parte dos fumantes adquire o hábito de fumar e a dependência à nicotina na adolescência, pois a curiosidade inicial na experimentação de cigarros é um dos fatores determinantes da prevalência do tabagismo na vida adulta. Por utilizar mecanismos de filtragem, o consumo de narguilé é visto como nocivo à saúde. Mas, na verdade, seu uso é mais prejudicial do que o de cigarro. Segundo a OMS, uma sessão dura, em média, de 20 a 80 minutos, o que corresponde à exposição a todos os componentes tóxicos presentes na fumaça de 100 cigarros.  E os riscos são os mesmos associados ao fumo regular, pois além das doenças graves já citadas, o uso coletivo ainda aumenta a exposição a doenças como herpes, hepatite C, tuberculose; e na atual situação mundial, em decorrência do Coronavírus (COVID-19), configura-se como um fator de risco para a doença e seu agravo. Com o cigarro eletrônico, a história não é diferente.

Neste cenário é muito importante a permanência das ações de educação em saúde, voltadas para a Promoção da Saúde, alertando a população, principalmente os jovens, sobre os produtos de tabaco e dos riscos à saúde quanto ao uso desses produtos. Os serviços de saúde devem ofertar ações de prevenção da iniciação e a experimentação do uso de outras formas de consumo de tabaco, como cigarro de palha, narguilé e cigarro eletrônico, produtos que estão amplamente disseminados entre os jovens. Com o objetivo de informar, desmistificando seu uso e esclarecendo que qualquer produto do tabaco é prejudicial à saúde e causa dependência, para que eles façam escolhas conscientes, e mais saudáveis.

Eduardo Evangelista dos Santos

Enfermeiro do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS)

 

Faça seu comentário!