O Centro de Convivência da Juventude (CCJ) tratou na terça-feira, 25, sobre o Setembro Amarelo – Mês de Prevenção ao Suicídio, com a participação da psicóloga, Carla Fernanda Pereira Potczyk, que destacou que ‘falar é a melhor solução’.

“Não é drama, não é para chamar atenção e muito menos frescura. Não negligencie um pedido de ajuda”, reforçou a psicóloga Carla.

Aproximadamente 70 jovens assistiram a palestra educativa que alerta sobre o problema que atinge principalmente os jovens, o suicídio.

Para a coordenadora do CCJ, professora Roseli Pistori Machado, o Centro de Convivência da Juventude tem como função primordial promover o bem-estar dos jovens e consequentemente sua saúde.

“Não poderíamos deixar de falar sobre um assunto tão silencioso como esse e que deve ser discutido em voz alta. O assunto que já foi um tabu muito maior, ainda enfrenta grandes dificuldades na identificação de sinais, oferta e busca por ajuda, justamente pelos preconceitos e falta de informação”, explica Roseli.

Perceber que a pressão interna está muito elevada, que o copo está para transbordar e, nesse momento ou antes disso, pedir e aceitar ajuda é muito eficiente.

“Depressão tem cura sim! Há sempre uma segunda chance para sermos felizes e merecemos essa chance, se permita. Não importa o que somos, a doença não escolhe com quem quer ficar, ela simplesmente chega do nada e vai ficando como quem não quer nada. Mas, nós podemos nos ajudar e ajudar aos outros. ”, finalizou Pistori.    

A coordenação do CCJ agradeceu a psicóloga Carla Fernanda, que proporcionou uma tarde proveitosa, em que os adolescentes adquirimos grandes informações e conhecimentos sobre um assunto que assusta a todos

A psicóloga deixou ao final do encontro a seguinte reflexão: “nem sempre é possível curar ou resolver uma necessidade apresentada, mas é sempre possível cuidar, escutar e contribuir para amenizar o sofrimento do outro. Até porque, quem adoece, adoece como um todo e repercute no corpo, na alma e na vida.

Junto com alguém que sofre, sofrem os que o amam”.

Setembro Amarelo, a campanha é para prevenir e conscientizar

No Brasil, há um suicídio a cada 45 minutos. Os dados mundiais indicam que ocorre uma tentativa a cada três segundos e um suicídio a cada 40 segundos. No total, chega-se a 1 milhão de suicídios no mundo. Provocar o fim da própria vida está entre as principais causas das mortes entre jovens, de 15 a 29 anos, e também de crianças e adolescentes.

No esforço para mudar esses números, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu que a data de 10 de Setembro é o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. Há quatro anos a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), promove a campanha nacional Setembro Amarelo.

À Agência Brasil, o presidente eleito da Associação Psiquiátrica da América Latina (Apal) e superintendente técnico da ABP, Antônio Geraldo da Silva, destacou a importância da campanha para prevenção e conscientização.

“Esses números são altíssimos, mas nós sabemos que são falhos. Mesmo assim, são assustadores.”

Crianças e jovens

Pelos dados da OMS, o suicídio é a terceira causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. É também a sétima causa de morte de crianças entre 10 e 14 anos de idade. O caminho, segundo Silva, é adotar medidas preventivas de ajuda e auxílio.

“É uma maneira de a gente salvar vidas porque 90% dos suicídios poderiam ser evitados se as pessoas tivessem acesso a tratamento e pudessem tratar a doença que leva ao suicídio”, afirmou o presidente da Apal.

Segundo o psiquiatra, em geral, a maior parte das pessoas que tenta colocar fim à vida sofre de algum tipo de transtorno mental. 

“Os estudos mostram que 100% de quem se suicida têm uma doença mental. Os trabalhos mostram isso. Nem 100% de quem pensa em suicídio têm doença mental, mas 100% de quem suicida têm transtorno mental”, afirmou.

Redes sociais

A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) pretende lançar campanhas nas redes sociais ao longo deste mês para alertar sobre suicídio e oferecer apoio e ajuda. Antônio Geraldo da Silva disse que os especialistas devem abordar o assunto e buscar mais informações com psiquiatras.

A ABP quer levar isso para a população. “A ABP quer popularizar. Nós estamos levando isso para as escolas, empresas e instituições”, afirmou o médico. “O que entristece os membros da ABP é ver que as pessoas querem abordar o assunto, mas negando a doença mental, que a depressão ou a esquizofrenia existam. ”

O médico acrescentou: “Se a gente negar que a doença mental existe, como vai falar de suicídio, sabendo que 100% de quem suicida têm doença mental? ”.  “É uma doença como outra qualquer. Não escolhe raça, cor, nada”.

Drogas

O psiquiatra Jorge Jaber, membro fundador e associado da International Society of Addiction Medicine, especialista no tratamento de dependentes químicos, ressaltou que o uso de álcool e drogas é o segundo fator depois das doenças psiquiátricas, como ansiedade e depressão, que leva ao aumento de suicídios.

Segundo ele, o suicídio é a causa de morte mais facilmente evitável entre todas as doenças. “Enquanto doenças infecciosas, cardiovasculares e tumores precisam de grande aporte médico e cirúrgico de alto custo, o impedimento médico do suicídio pode ser atingido com remédios bem mais baratos e somente conversando com o paciente.”

Para Jaber, o fundamental é dar atenção e escutar aquele que pensa em cometer o suicídio. “O fato de alguém que tenta suicídio ser escutado por cerca de 20 minutos pode impedir que ele tenha o impulso de cometer o ato. Ouvir o suicida salva a vida dele”.

Na clínica onde atende dependentes químicos, Jaber informou que pelo menos 20% dos pacientes internados tentaram suicídio. “Quanto mais as pessoas falarem sobre o suicídio, menos suicídios ocorrerão” disse.

Fonte – agenciabrasil.ebc.com.br

Foto – Adolescentes do Centro de Convivência da Juventude são orientados sobre a prevenção e cuidados quanto ao suicício.

 

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